quarta-feira, 2 de maio de 2012

O Processo De Fossilização


Vamos explicar agora como um organismo vivo pode se tornar um fóssil. O processo parece ser simples, mas é um pouco complexo. Quando um organismo morre, inicialmente ele é decomposto pelas bactérias e fungos que degradam a matéria orgânica. Depois disto, o organismo pode ser imediatamente soterrado ou passar por uma série de processos – desarticulação, transporte – e só depois ser soterrado. Esse soterramento irá acontecer quando a água, ou outro agente, transportar o sedimento que irá recobrir o organismo. Depois de soterrado, o organismo irá passar por um processo chamado de diagênese, que consiste na compactação que é feito pelo peso do sedimento e na cimentação que é o sedimento depositado sobre o organismo ou por dentro dele, através de processos químicos, se aglomera e passa a formar uma rocha sedimentar. Nestas condições, esse organismo agora pode ser considerado um fóssil. O movimento das placas tectônicas permite que uma rocha, que antes foi um fundo de mar, por exemplo, seja erguida acima da superfície e fique exposta. Nesta rocha exposta é que o paleontólogo vai procurar pelos fósseis.

Esquema representando o processo de fossilização.

O processo de fossilização dura milhares de anos, e não ocorre de uma hora para outra. Portanto, ainda não podemos fabricar um “fóssil em laboratório”! Entretanto, a forma como ocorre esse processo pode variar.

Fósseis


           Os fósseis são restos de seres vivos ou vestígios de atividades biológicas como ovos, pegadas, etc, preservados nos sistemas naturais. "Sistemas naturais" são aqueles contextos em que o processo de preservação não resulta da ação antrópica, podendo o fóssil ser preservado em sedimentos, rochas, gelo, piche, âmbar, solos, cavernas, etc. Preservam-se como moldes do corpo ou partes do próprio ser vivo, seus rastos e pegadas. A totalidade dos fósseis e sua colocação nas formações rochosas e camadas sedimentares é conhecido como registro fóssil. A palavra "fóssil" deriva do termo latino fossile que significa "desenterrado" ou "extraído da terra". A ciência que estuda os fósseis é a Paleontologia, iniciada com os trabalhos de Georges Cuvier. Georges Cuvier, cujo verdadeiro nome era Jean Leopold Nicolas Fréderic Cuvier (Montbéliard, 23 de Agosto de 1769 — Paris, 13 de Maio de 1832), foi um dos mais importantes naturalistas da primeira metade do século XIX, tendo desenvolvido métodos e programas de pesquisas para várias áreas da História Natural.
           Para a datação dos fósseis o método mais usado e eficaz é a radiotividade. Com o auxilio de aparelhos sofisticados, os cientista avaliam ou medem a quantidade de carbono 14, urânio e chumbo presente nesses fósseis. A partir desses dados é possivel saber há quantos milhões ou bilhões de anos se formou um mineral, por exemplo,além de identificar a idade de um fóssil animal ou vegetal.  Somente os restos ou vestígios de organismos com mais de 11.000 anos são considerados fósseis. Este tempo, calculado pela última glaciação, é a duração estimada para a época geológica do Holoceno ou Recente. Quando os vestígios ou restos possuem menos de 11.000 anos, são denominados de subfósseis.
         O registo fóssil contém inúmeros vestígios fossilizados dos mais variados organismos do passado geológico da Terra. Tudo pode fossilizar, até mesmo os restos orgânicos mais delicados e perecíveis. Contudo, a preservação de matéria orgânica ou de restos esqueléticos delicados, uma vez que estes se decompõem e são destruídos rapidamente, requer condições de fossilização fora do comum que, por serem especiais, ocorrem na natureza mais raramente. Daí que fósseis de restos destes tipos não sejam frequentes. Em qualquer das circunstâncias, para que os restos de um qualquer organismo fossilizem, é fundamental que estes sejam rapidamente cobertos por um material que os preserve, geralmente sedimento.
Existem dois tipos básicos de fósseis: os somatofósseis e os icnofósseis.
  • Somatofóssil: Fóssil de restos somáticos (isto é, do corpo) de organismos do passado. Por exemplo: fósseis de dentes, de carapaças, de folhas, de conchas, de troncos, etc.
  • Icnofóssil: Fóssil de vestígios de atividade biológica de organismos do passado. Por exemplo: fósseis de pegadas, de marcas de mordidas, secreções urinárias (urólitos), de túneis e de galerias de habitação, etc.
Fóssil de um Peixe.

terça-feira, 24 de abril de 2012

Seleção Natural

O mecanismo de Seleção Natural, proposta por Charles Darwin, tem como princípio a adequação de uma característica sugestiva ao meio ambiente. A prevalência da característica torna-se favorável, à medida que, hereditariamente, são transmitidas para as gerações seguintes. 

Enquanto a sucessividade da característica benéfica se consolida na população como caráter padrão, transmitido de geração em geração, as características desfavoráveis de um organismo, cada vez menos frequente, não se perpetuam reprodutivamente. 

Atuando diretamente sobre o fenótipo, a Seleção Natural permite mais ênfase aos aspectos favoráveis, resultando em adaptação do mesmo. Assim, as variações bem sucedidas intensificam a sobrevivência do organismo portador, tornando-o mais apto reprodutivamente, podendo ocasionar o surgimento evolutivo de uma nova espécie. 

Um exemplo clássico que evidencia os efeitos da Seleção Natural é o aumento da população de mariposas (Biston betularia) com pigmentação melândrica (escura), após a metade do século XIX. 

Anterior a esse período, não era comum encontrar formas melândricas, as mariposas com pigmento branco acinzentado prevaleciam. No entanto, com o crescente desenvolvimento industrial, emissão de poluentes na atmosfera e impregnação de fuligem na vegetação, as mariposas escuras, quando no troco das árvores, passaram a ser menos observáveis pelos pássaros (predador natural das mariposas). 

Consequentemente, a situação se inverteu, as mariposas escuras passaram a predominar na população, escondendo-se melhor dos predadores, garantindo sobrevivência e reprodução. 

Sendo a cor das mariposas um fator hereditário dependente de um par de gene codificador de dois tipos fenotípicos: claro e escuro, atuou a Seleção Natural sobre a frequência da variedade sujeita às condições ambientais. 

Nesse caso, pode-se concluir que o processo de Seleção Natural, não necessariamente potencializa sua atuação de forma deletária, produzindo mudança genética, excluindo ou mantendo uma característica. Mas pode limitar uma variação fenotípica conforme a interferência do meio.

terça-feira, 17 de abril de 2012

A Viagem de Darwin ao Redor do Mundo

Muitas das observações que levaram Darwin  a elaborar sua teoria evolucionista ocorreram durante a viagem ao redor do mundo, que ele fez como naturalista do navio inglês H.S.S Beagle. Durante os cinco anos que durou a viagem, iniciada em 1831, Darwin visitou diversos locais da América do Sul (inclusive Brasil) e da Austrália, além de vários arquipélagos tropicais.

Em Galápagos, um arquipélago formado por ilhas pequenas e áridas situadas no Oceano Pacífico, a cerca de 800 Km da costa do Equador, Darwin encontrou uma fauna e flora que variam ligeiramente de ilha para ilha e diferiam bastante das encontradas na América do Sul. A natureza peculiar desses habitantes de Galápagos causou forte impressão ao naturalista inglês desencadeando reflexões que o levaram a desenvolver suas ideias sobre a evolução da vida.

Darwin concluiu que a flora e a fauna de ilhas vizinhas são semelhantes porque se originaram de espécies ancestrais comuns, provenientes dos continentes próximos. Em cada uma das ilhas, as populações colonizadoras sofreram adaptações específicas, originando diferentes variedades ou espécies.

As diversas espécies de pássaros fringilídeos de Galápagos originaram-se de uma única espécie ancestral, provavelmente oriunda da América do Sul. A diversificação da espécie original resultou da adaptação às condições particulares das diferentes ilhas de do arquipélago.



Ideias Evolucionista de Darwin

O naturalista inglês Charles Darwin nasceu em 12 de fevereiro de 1809, casualmente o mesmo ano da população do livro de Lamarck, Filosofia zoológica. Segundo o renomeado evolucionista alemão, naturalizado estadunidense, Ernest Mayr [1904-2005]: "Darwin fez mais do que postular a evolução biológica. Ele explicou a evolução naturalmente, usando fenômenos e processos que qualquer um pode observar cotidianamente na natureza".

     O darwinismo, como é conhecida a teoria evolucionista baseada em alguns pressupostos da teoria original de Darwin, difere do lamarckismo. entre outros aspectos, por defender a ideia e ancestralidade comum - todo ser vivo, em algum ponto no passado, compartilha um mesmo ancestral - e de seleção natural - a sobrevivência dos indivíduos, bem como seu sucesso reprodutivo, depende de sua adaptação ao meio que vivem.
        A partir  de quatro fatos observados na natureza, Darwin inferir três proposições, as quais podem sintetizar seu pensamento:
  • Fato 1 -> As populações naturais de todas as espécies tendem a crescer rapidamente, pois o potencial reprodutivo dos seres vivos é muito grande.
  • Fato 2 -> O tamanho das populações naturais, a despeito de seu enorme potencial de crescimento, mantém-se relativamente constante ao longo tempo, sendo limitado pelo ambiente.
  • Interferência 1 -> Na natureza, a cada geração, morre grande número de indivíduos, muitos deles sem deixar descendentes.
  • Fato 3 ->  Os indivíduos de uma população diferem quanto a diversas características, inclusive aquelas que influem na sua capacidade de explorar com sucesso os recursos naturais e de deixar descendentes.
  • Interferência 2 -> Os indivíduos que sobrevivem e se reproduzem, a cada geração, são preferencialmente os que apresentam determinadas características relacionadas à adaptação às condições ambientais. Essa conclusão resume o conceito darwinista de seleção natural.
  • Fato 4 -> Grande parte das características apresentadas por uma geração é herdada dos pais.
  • Interferência 3 ->  Uma vez, a cada geração, sobrevivem preferencialmente os mais adaptados, eles tendem a transmitir aos descendentes as características relacionadas a essa maior aptidão para sobreviver, isto é, essa maior adaptação. Em outras palavras, a seleção natural favorece, ao longo das gerações sucessivas, a permanência e o aprimoramento de características relacionadas à adaptação.
        Os princípios fundamentais da teoria evolucionista de Darwin mencionados acima têm sido confirmados pela Ciência contemporânea e ampliados pelas modernas descobertas científicas.  

sábado, 7 de abril de 2012

Revisão sobre Lamarckismo

Agora ficou mais fácil de compreender o que é Lamarck, não ficou! Agora é só você ficar atento no blog para mais informações sobre a Evolução Biológica.

Ideias Evolucionista de Lamarck

      Um nome importante na origem do pensamento evolucionista é o francês Jean-Baptiste Antoine de Monet [1744-1829], que, por seu título de Cavaleiro de Lamarck, ficou conhecido como Jean-Baptiste Lamarck. De 1800 a 1822, Lamarck publicou uma série de obras em que apresentou diversas versões de sua teoria evolutiva, sendo a mais conhecida a de 1809, publicada em seu livro Phiposophie zoologique [Filosofia zoológica]. Os historiadores de Ciência costumam referir-se a ideias que adotam alguns pressupostos da teoria de Lamarck como lamarckismo.

     Segundo Lamarck, cada espécie de ser vivo atual surgiu por transformações sucessivas de uma forma primitiva, originada a partir de matéria não viva. Para ele, a influência do ambiente perturbaria essa tendência natural, gerando variações em torno dos planos ideais de organização corporal.
    Lamarck ficou mais conhecido pelas explicações de como o ambiente interfere no rumo natural das transformações por que passam os seres vivos. Segundo ele, o ambiente pode forçar a mudança de hábitos de um ser vivo, levando ao crescimento de certas estruturas e à atrofia de outras em seu organismo, em função do uso e do desuso dos órgãos [lei do uso e desuso].
   Um dos exemplos empregados por Lamarck para ilustrar essa ideia foi a ausência de pernas nas serpentes atuais, atribuída por ele á falta de uso dos membros locomotores pelos antecessores desses animais. A adaptação a um novo modo de vida t]rastejante teria levado os ancestrais das serpentes a usarem pouco as pernas, que tenderiam a se atrofiar. Essa nova característica adquirida seria transmitida à descendência ao longo da gerações [lei de transmissão das características adquiridas], resultando no desaparecimento completo das pernas nas serpentes atuais. 
  Outro exemplo frequentemente empregado para ilustrar as ideias evolucionistas de Lamarck é a origem do pescoço longo das girafas. De acordo com o Lamarckismo, os ancestrais da girafa tinham pescoços curtos, mas o esforço para obterem alimento da copa da árvores causou-lhes um aumento no comprimento desse órgão [lei do udo e do desuso], o qual seria transmitido aos seus descendentes [lei da transmissão de características adquiridas]. Assim, a cada nova geração, as girafas teriam pescoços ligeiramente mais longos que os da geração anterior.
   As ideias centrais da "lei do uso e desuso" e da "lei da herança de características adquiridas" não eram originais de Lamarck; elas eram largamente aceitas em sua época e continuaram sendo aceitas posteriormente, tendo inclusive sido adotadas por Darwin.
     Embaixo você conta com um vídeo retirado da Internet para explicar melhor a Teoria de Lamarck.